Há não muito tempo, André acordava cedinho com uma disposição
invejável. Levantava-se e logo ia me chamar para brincar, passear, ou seja,
fazer todas as coisas que ele gostava de fazer e as horas do dia eram poucas
para a agenda já elaborada por ele, então não se podia perder nenhum minuto
sequer: “Acorda, mãe, senão não vai dar tempo!!”
O tempo passou e com ele os hábitos de André foram se modificando.
Ficou um preguiçoso. Dorme até tarde (coisa muito comum nos adolescentes). Agora
quem fica chamando para fazer caminhada logo cedinho sou eu. E quem diz que ele
se levanta?! Portanto, vou ao meu exercício matinal única e exclusivamente acompanhada
do meu cão fiel: Bóris!
Hoje queria fazer uma compra no hortifrúti que fica 30 minutos a pé de
casa. Então, avisei ontem mesmo que sairíamos cedinho. Ele reclamou um pouco,
mas acordou e, sem eu ter que chamá-lo, levantou-se e fomos às compras. Fiquei com
pena de voltar a pé com sacolas pesadas, então chamei um táxi, mas com a
promessa de que ele iria comigo à um centrinho de comércio que tem aqui
pertinho para comprar linha, agulha, revista e ração para o cão. Como não
levamos o Bóris logo cedo, André quis levá-lo e eu disse que não daria e no
caminho expliquei porquê. Quase chegando na esquina justifiquei:
- Não dá para levar o Bóris porque vamos demorar no armarinho.
André, com um olhar fulminante, de quem não estava querendo sair de
novo a pé, virou para mim apontando o dedo indicador para o meu nariz, disse:
- Isso não estava no contrato!!
Reclamou até me aporrinhar, mas acabei comprando uma revista para
compensar o tempo que ele teve que esperar até eu escolher as cores de linhas
que precisava. E tive que ouvi-lo ler a revista no caminho de volta.
Justo... muito justo!!
foto: coletada da internet (desconheço autoria)
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