Há um ano, André, ao retornar da escola todo ressabiado,
veio com a seguinte história: “Mãe, o Bruno perguntou hoje para mim se eu
gostaria de adotar um cachorrinho. Ele soube que eu fiquei muito triste com a
morte do KIKO e disse que a cadelinha dele iria dar filhotinhos e gostaria de
saber se ficaríamos com um.”
Difícil decisão, pois a cinomose venceu meu cachorrão e não
poderíamos ter nenhum cachorro em casa num período de um ano para termos um
outro companheiro que viesse vacinado ou de 6 anos para um que viesse sem a
vacina e havia se passado somente 6 meses. Ainda teria que convencer Ricardo,
pois já havia sinalizado que não queria mais pelo fato de ter sofrido muito com
a perda de KIKO.
Pois muito bem, conversei com André a respeito e o
posicionei que iria convencer Ricardo que se manteve resistente o tempo todo.
Orientei-o para dizer ao seu colega que o bichinho só poderia vir para casa se
seguisse aquelas orientações já expostas.
O tempo passou e nada de notícias do tal bichinho que em
dezembro, quando completasse um ano da morte de KIKO deveria vir para casa.
Nada de se falar sobre o assunto e eu já até havia me esquecido, até que em março
deste ano recebi a notícia de que a cadelinha havia dado cria. Bem, aí o tempo
de recomendação já havia passado e era só aguardar que o cachorrinho fosse
vacinado.
Antes da 3ª dose da vacina fomos visitar a ninhada e fui
recebida por um cachorrinho pequenininho que veio até mim e me olhou com cara
de pidão querendo colo. Imediatamente o peguei nos braços e ele se aninhou de
tal forma que na hora eu quis trazê-lo para casa. Coloquei-o no chão ele foi
até seus irmãos e voltou erguendo as patinhas dianteiras nas minhas pernas
querendo o meu colo novamente. Claro que o peguei. Naquele momento percebi que
ele tinha me escolhido e eu imediatamente o adotei.
Quando ele recebeu a 3ª dose, e nós ansiosos por recebê-lo,
ele adoeceu. Provavelmente pela reação à vacina e esteve internado por dois
meses. Por duas vezes quase morreu. Seus níveis de resistência praticamente
chegaram a zero e achamos que o perderíamos. Foi tratado com todo carinho até
que foi se recuperando. Voltou para casa e a irmãzinha de Bruno, Elisa, cuidou
dele com esmero aplicando-lhe vitaminas e o fazendo se alimentar. Imagino o stress que
este cachorrinho tão pequeno passou com tão pouco tempo de vida.
Enquanto ele não se fortalecesse, fiquei receosa de trazê-lo
para casa com medo de que adoecesse de novo por sentir falta de sua família e
de seus cuidadores que lhe davam tanto carinho. Esperei mais algum tempo até
que o veterinário deu alta dizendo que já poderia ser adotado por nós.
Chegou, finalmente, o dia em que fomos buscá-lo. Ele estava
muito assustado e diferentemente dos irmãos que vieram nos receber fazendo um
baita alarde, Bóris se escondeu dentro da casa e sumiu. Parecia que ele estava
prevendo que dali sairia.
Recebemos as instruções necessárias para o cuidado diário e
fomos à cata do pequeno para irmos embora. A despedida foi triste e dolorosa,
principalmente por parte de Elisa que não parava de acariciar Bóris já com
muita saudade.
Chegando em casa Bóris se sentiu acuado, desconfiado,
assustado num ambiente desconhecido por ele, sem o cheiro habitual. Curioso,
cheirou cada pedacinho da casa. Não comeu, pouca água bebeu e nos olhou com
cara desconfiada se escondendo num canto da sala perto da porta de entrada como
se tivesse a certeza de que a abriríamos para poder sair e voltar para sua
família.
Tivemos que ter muita paciência no trato do bichinho assustado.
Demos uma caminha quente e confortável para dormir e muito amor e carinho para
que ele se sentisse em casa. Não queria brincar ou comer, fiquei preocupada. Para
que ele comesse, eu me sentava no chão e dava sua ração na boca feito um
bebezinho. Assim ele comia. Aos poucos fui colocando em seu prato para que dali
se alimentasse.
Hoje, quinze dias depois, Bóris está totalmente adaptado
fazendo das suas. Já se meteu com meu chinelo, cavou um buraco no meu canteiro
de tempero, vindo com a maior cara de pau cheirando a alecrim e sálvia, corre alegre pelo quintal e late para a cachorrada da rua para avisar que agora esta casa é território dele. Logo pela manhã não sai de casa para
fazer xixi sem antes dizer bom dia para todos. É o meu companheiro. Acompanha-me
feito sombra para onde eu vou e fica deitado aos meus pés quando estou no meu
cantinho. Quando quer brincar sai correndo e volta me desafiando a jogar
brinquedos para pegar e trazer de volta. Preencheu um vazio enorme com a falta
de nosso cachorrão KIKO.
Seja muito bem-vindo meu cachorrinho valente que venceu o maior
obstáculo da vida e até aqui se mostrou vitorioso. Que possamos ter muita
felicidade com sua permanência nesta família que muito amor e carinho tem a
oferecer!! Amamos você!!
foto: por Inês de Barros
Bóris
AGO/2013
Linda a história do Boris!!!!
ResponderExcluirAgora ele tem um lar onde é amado e com muito chamego e com o amor de vcs, ele nunca mais ficará doente.
Imagino a felicidade do André e a de vcs tb...rsrsrs
Bem vindo Bóris! A tia Miriam já te ama, viu?
Bjs amiga querida!!!
Miroca
O André tá feliz da vida com o novo amigo e companheiro, estava faltando um pouco de bagunça na vida do baixinho... rs
ExcluirEmocionante a história de Bóris. Infelizmente estou com lágrimas no rosto e uma dor no coração. Não me conforme com a perda da minha companheirinha Taty. Como disse a veterinária ela foi uma guerreira, passando por diversas cirurgias ao longo dos dezesseis aninhos. Perdi quem mais amava, entro na casa e vejo ela em todos os lugares, cantos, fotos, sinto falta dela andando e fazendo o barulhinho das patinhas no assoalho. Estou muito triste Inês. Desculpe o desabafo.
ResponderExcluirAdorei seu blog.
Grande beijo.
Cláudia
Sei muito bem como se sente, Claudia,perdi também um companheirão, o KIKO, e acabei postando a história do BÓRIS antes da dele. Mas está nos rascunhos e logo logo eu publico. Dizer para você não ficar triste é bobagem, chore muito e lembre-se dela com o mesmo carinho que lutou por ela todos esses anos. Fiquem bem e com Deus. Beijão
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