Não me lembro de quando eu ganhei minha querida boneca
Pedrita, mas ela não saía do meu lado. Devia ter uns 3 ou 4 anos quando Pedrita
chegou para mim com aquela carinha levada e com um lindo ossinho no topo da
cabeça rodeado por uma chuquinha. Era o meu penteado preferido, pedia para
minha mãe fazer sempre em mim para ficar parecida com a minha bonequinha.
Para onde eu ia, tinha que levar minha boneca. Eu brincava
com ela o dia inteiro, levava-a para passear, conversava com ela e à noite se
ela não estivesse comigo na cama, não dormia.
Nessas idas e vindas, acabei perdendo minha amada boneca. E
como eu chorava. Como eu sentia saudades da minha companheira. Como ela me
fazia falta...
Não comia, não dormia enquanto não achassem a minha Pedrita.
Mas tinha que ser a MINHA PEDRITA. Não podia ser uma nova bonequinha, tinha que
ser a mesma!!!
Coitados dos meus pais. Procuraram, procuraram e procuraram.
Um dia, a campainha de casa tocou. Minha mãe veio toda
sorridente e me falou: “Inês, filha, tem visita na porta, vamos ver quem é!”
Corri para a porta da sala e na ponta dos pés alcancei a
maçaneta e abri. Meus olhos se encheram de alegria, minha respiração ficou mais
ofegante quando vi minha bonequinha de pé com os bracinhos abertos para mim. Minha
voz saiu de um estalo da minha garganta e num grito de felicidade eu disse:
“MINHA PEDRITA VOLTOU!!”
Minha querida boneca retornara. Não sei dizer se era uma
nova bonequinha ou se a antiga Pedrita, mas a alegria era tanta que,
sinceramente, não percebi a menor diferença.
Perder objetos e ter emoções negativas faz parte da vida,
reencontrar também, mas felicidade igual àquela de reencontrar meu bem mais
precioso creio que não vivi. Marcou indelével em meu coração.
foto: coletada na internet (desconheço autoria)
Linda Pedrita , tenho uma linda tambem , amo essa danadinha.
ResponderExcluirFoi a minha bonequinha preferida na minha infância
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