Mais de 10 anos se passaram e meu sonho de ter o segundo
filho já estava caído no esquecimento, afinal, era o ano de 2002, estava para
completar 40 anos e Felipe já tinha lá seus quase 11 anos.
Durante este período eu passei entre em não mais evitar uma
segunda gestação do que evitar, mas não engravidava. Foi no início do ano de
2002 que comecei com alguns problemas de ordem ginecológica com muitas dores e
sangramento intenso e um pólipo instalado no meu útero. Por recomendações
médicas, teria que esperar 3 ciclos para ver se o tal pólipo se desprendia e
saía naturalmente e juntamente com esta espera teria que tomar anticoncepcional
para equilibrar os hormônios. Após este período realizar um exame de ultrassom
para avaliação do quadro.
Na época, em fevereiro de 2002, meu avô, o último dos
“velhos” da família (meus pais, avós paternos e avó materna já haviam falecido)
aos seus 99 anos, em 10 meses completaria 100 anos, veio a falecer e com a
confusão e muita tristeza que me acometia, me esqueci de tomar a medicação
indicada e esperei o próximo ciclo para iniciar.
O tempo passou e nada do ciclo iniciar novamente, e eu
comecei a sentir dores e um pequeno sangramento acompanhando aquele desconforto
todo. Antes mesmo de iniciar o tratamento, temerosa de que pudesse ter algo
mais grave, resolvi fazer o exame de ultrassom, pois se algo mais grave
estivesse acontecendo, seria a hora de tratar para não perder tempo.
Estava eu deitada na maca de exame e a médica fez as
perguntas de praxe, inclusive sobre qual seria o motivo do exame, ao que lhe
expliquei e dei todas as informações requeridas. Percebi que ela parou, olhou
para a tela, olhou para mim e não sabia muito que dizer. Fiquei preocupada. Aí,
ela virou-se para mim com um olhar mais doce que eu já tinha visto e com um
sorriso nos lábios e perguntou-me:
- "Você sabia que está grávida?"
O relógio parou para mim, como se o mundo todo fosse somente
aquele momento. Eu não sabia o que dizer, o que fazer, como agir, afinal havia
marcado o exame bem cedinho para não atrapalhar minhas atividades profissionais,
dali iria direto para o trabalho. Acho que ainda estava meio sonolenta. Saí do
laboratório e me dirigi ao meu carro com todos os sentimentos possíveis
rondando meu coração e mente. Um misto de felicidade e preocupação, com uma
saudade imensa de meus progenitores de quem precisava tanto naquele momento de
felicidade até para compartilhar com eles a alegria de uma nova vida chegando.
Que trabalho que nada, dali, voltei para casa e ainda
consegui encontrar o pai dos meninos e Felipe em casa. Chamei os dois, que estranharam minha
presença ali, pois contavam que eu só os veria à noite. Quando eu dei a feliz
notícia da chegada de mais um membro da família, senti em seus semblantes uma
ponta de incompreensão ao que estava dizendo, talvez pelo fato de eu estar tão
festiva com a novidade. Quando esclareci melhor, o pai ficou estarrecido
sem muita ação e Felipe desandou a chorar de emoção, pois sempre quis ter um
irmão (não poderia ser uma menina, outra preocupação).
Cuidei daquela gestação com todo carinho do mundo, não muito
diferente da primeira, mas esta requereu cuidados dobrados, pois quase perdi o
bebê nos três primeiros meses. Até que nasceu André, menino forte, perfeito e
lindo!
Foi amado e cuidado por todos nós com toda atenção. Felipe
até hoje mais parece um pai que um irmão.
Não fazemos distinção entre filhos, amo os dois com a mesma
paixão, mas tenho que admitir que André é um filho além de muito carinhoso, como
o irmão, é o meu companheiro de todas as horas. Interessado sempre no meu bem
estar, exagera no seu amor.
Hoje, André completa 11 anos de
vida, Deu e está dando muito trabalho para fazê-lo entender que não sou
somente dele, mas quem recusa tanta dedicação e amor assim vindo de um filho
tão carinhoso e companheiro, não é mesmo?!
foto: arquivo pessoal
Que Lindo Inês, parabens ao André pelo aniversario, e parabens a vc e a ele por este amor tão bonito que transborda do coração de vcs dois. Muita saúde e alegrias para seu filho amado. Bjs
ResponderExcluirVera Germano
Obrigada pelas palavras carinhosas, Vera!! Bjs
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