sexta-feira, 27 de março de 2020

AMOREIRA


Hoje, logo cedo, enquanto tomava café da manhã, fiquei contemplando minha Amoreira que está toda cheia de folhas verdinhas e carregada de amoras. Olhando bem para ela e percebi passarinhos saboreando seus frutos com imensa alegria. Como é bom ver esse espetáculo silencioso da natureza, essa interação de dois seres vivos criados pelo nosso bom e perfeito Deus.

No ano em que me mudei para Sorocaba, havia uma campanha de arborização na cidade. Num belo dia de sol, passeando pelo Parque Campolim, me deparei com uma distribuição de mudas de diversas árvores. Peguei logo duas, uma de Ypê amarelo e uma de Amoreira. Chegando em casa, as plantei uma em cada vaso e lá ficaram por pelo menos seis anos. Minha Amoreira cresceu, assim como o Ypê, e deu frutos bem docinhos que me deixavam muito feliz.

Ao me mudar para Vinhedo, as duas árvores foram plantadas no quintal da casa de minha irmã. O Ypê não resistiu ao singular e exótico paladar de Nico (o cão fiel e atrapalhado, mas mega amoroso de minha irmã), que "podava" constantemente as ainda pequenas árvores, mesmo ralhando com ele. A Amoreira quase teve o mesmo fim, mas conseguiu resistir às investidas de Nico e hoje é uma árvore que faz sombra para que ele e Bóris (meu querido e companheiro cão rabugento) permaneçam juntos nos dias mais quentes, lado a lado, deitados ao pé da linda Amoreira, desfrutando de momentos sonolentos e relaxantes.

Olhando minha Amoreira, não tive dúvidas. Peguei um pote e fui até ela e comecei a colher amoras. Enchi um, dois e, surpresa, tive que pegar um terceiro pote. Não imaginava que fosse colher tantas. Elas estão roxinhas e docinhas. Uma delícia. A quantidade não era muita para se fazer uma geleia, mas ainda ficaram algumas na árvore para amadurecer. Vou esperar mais uns dois ou três dias para ver se consigo colher mais e fazer um tiquinho de geleia.

Ah, ainda deixei amoras para os passarinhos comerem também, assim tenho a grata felicidade de ouvir seus cantos alegres enquanto se achegam para suas refeições.

foto: acervo particular