sábado, 31 de agosto de 2013

REPOUSE, A NOITE CHEGA...



O dia se vai,
Descansar para um novo alvorecer.
Os primeiros sinais da noite aparecem,
Para novamente adormecer.

A noite traz segredos,
Muitos deles misteriosos.
Um silêncio ensurdecedor,
Evidenciando os sons cadenciosos.

Cri-cri, hu hu.
Essa sinfonia embala o sono.
O corpo e a mente se entregam
Como se não tivesse dono.

Os sonhos, dormindo ou acordado,
Muitas vezes não revelados,
Passeiam na mente
Deixando os pensamentos atribulados.

Descanse meu coração,
Deixe-se embalar agora,
Que para a vida,
O sol desperta sem demora

E com o astro rei,
No esplendor de seus raios,
Tudo se revela
E muitas lições extraio.

A guerra é dura,
Batalhas a vencer.
Com a esperança
Da vitória obter.

Mas por hora durma,
Descanse ao som dos animais noturnos
Que amanhã será o dia
Em que vencerá os pensamentos taciturnos.


foto: por Inês de Barros
        Pôr do sol em Cunha/SP
       Julho/2008

terça-feira, 27 de agosto de 2013

KIKO

Um rottweiler chegou até mim com 40 dias.

Uma bolinha de pelo que dormia o tempo todo, um filhotinho mais doce que já tinha visto.

Foi crescendo e junto com ele a sua curiosidade por tudo que o cercava. Roeu móveis, fios da máquina de lavar, botões da máquina de secar e preencheu meu quintal com uma vida imensa.

Na hora de dormir, ele permanecia embaixo da minha janela a noite toda, muito embora tivesse o espaço dele bem resguardado do sereno e da chuva. Latia muito pouco, somente para marcar presença quando sentia ameaça iminente. Mas ao comando de minha voz ele percebia que tudo estava calmo e se aquietava.

Brincava com André feito criança. Não podia vê-lo que achava que era um brinquedinho seu. A medalha de judô que André ganhou, devemos aos treinos do personal trainer KIKO!!

Belo cão com seu pelo negro brilhante e bem cuidado. Adorava tomar banho. Ficava quietinho. Era carinhoso, dócil e meigo. Ninguém podia me abraçar sem que ele manifestasse seu ciúme afastando as pessoas de mim. Não rosnava, não mordia, apenas enfiava sua enorme cabeça entre mim e a pessoa que estava me abraçando e a afastava com toda delicadeza. Acho que ele aprendeu isso com o André.

Podia tirar o prato da ração dele sem o menor medo, mas o osso dele... ahhhhh... Desse ele cuidava com toda atenção para que não ficasse sem. Como não tem terra no quintal, ele escondia o osso nos cantinhos ou atrás de algo que somente ele conseguiria achar (assim pensava ele).

Era só eu chegar ao quintal que lá vinha ele com os brinquedinhos dele. Entregava-me todo babado para que eu jogasse longe para buscar. E de novo, de novo, de novo. E não me deixava entrar em casa me cercando e me empurrando contra o muro. O bicho era bem mais forte que eu e para enganá-lo eu jogava o brinquedo para buscar e entrava correndo em casa. Só que o meu bichão era muito inteligente. Aprendeu logo a perceber as minhas artimanhas e não arredava pé de perto de mim, pois carente como era, queria que eu ficasse o dia inteiro só brincando com ele.

Era só eu chegar à cozinha para preparar o almoço que lá vinha ele pedir qualquer coisa. Adorava frutas e verduras. Era o verdadeiro cão chupando manga. Batata, repolho, cenoura, manga, maçã, pêssego, ameixa, cereja... Só não comia banana, chique o meu cão, viu?!

Aprendeu a sentar com o estalar dos dedos, a não entrar em casa e ele me ensinou a amá-lo de tal forma que a primeira coisa que eu fazia ao abrir a porta da cozinha era procurar por ele. 

Daí o meu bichão começou a mancar. A me ver com o olhar distante. Não estava mais tão ágil como era. Sentia dores nas patas e pernas. Tremi. "Alguma coisa de errado meu bichão tem".

Fui atrás de respostas e... Cinomose. Infelizmente optei pelo sacrifício, pois não queria ver aquele que me deu tanta alegria sofrer e eu sem condições financeiras, físicas e psicológicas para tratá-lo.

Chorei, feito criança que perde seu mais precioso brinquedo. Durante muito tempo ainda o procurava no quintal e permanecia lá durante algum tempo só me recordando das brincadeiras.

Em dezembro de 2012 fez um ano que KIKO se foi, mas é uma lembrança muito boa em minha memória, na certeza de que cão fiel e dócil igual a ele jamais encontrarei.



fotos: arquivo pessoal

sábado, 24 de agosto de 2013

BÓRIS

Há um ano, André, ao retornar da escola todo ressabiado, veio com a seguinte história: “Mãe, o Bruno perguntou hoje para mim se eu gostaria de adotar um cachorrinho. Ele soube que eu fiquei muito triste com a morte do KIKO e disse que a cadelinha dele iria dar filhotinhos e gostaria de saber se ficaríamos com um.”

Difícil decisão, pois a cinomose venceu meu cachorrão e não poderíamos ter nenhum cachorro em casa num período de um ano para termos um outro companheiro que viesse vacinado ou de 6 anos para um que viesse sem a vacina e havia se passado somente 6 meses. Ainda teria que convencer Ricardo, pois já havia sinalizado que não queria mais pelo fato de ter sofrido muito com a perda de KIKO.

Pois muito bem, conversei com André a respeito e o posicionei que iria convencer Ricardo que se manteve resistente o tempo todo. Orientei-o para dizer ao seu colega que o bichinho só poderia vir para casa se seguisse aquelas orientações já expostas.

O tempo passou e nada de notícias do tal bichinho que em dezembro, quando completasse um ano da morte de KIKO deveria vir para casa. Nada de se falar sobre o assunto e eu já até havia me esquecido, até que em março deste ano recebi a notícia de que a cadelinha havia dado cria. Bem, aí o tempo de recomendação já havia passado e era só aguardar que o cachorrinho fosse vacinado.

Antes da 3ª dose da vacina fomos visitar a ninhada e fui recebida por um cachorrinho pequenininho que veio até mim e me olhou com cara de pidão querendo colo. Imediatamente o peguei nos braços e ele se aninhou de tal forma que na hora eu quis trazê-lo para casa. Coloquei-o no chão ele foi até seus irmãos e voltou erguendo as patinhas dianteiras nas minhas pernas querendo o meu colo novamente. Claro que o peguei. Naquele momento percebi que ele tinha me escolhido e eu imediatamente o adotei.

Quando ele recebeu a 3ª dose, e nós ansiosos por recebê-lo, ele adoeceu. Provavelmente pela reação à vacina e esteve internado por dois meses. Por duas vezes quase morreu. Seus níveis de resistência praticamente chegaram a zero e achamos que o perderíamos. Foi tratado com todo carinho até que foi se recuperando. Voltou para casa e a irmãzinha de Bruno, Elisa, cuidou dele com esmero aplicando-lhe vitaminas e o fazendo se alimentar. Imagino o stress que este cachorrinho tão pequeno passou com tão pouco tempo de vida.

Enquanto ele não se fortalecesse, fiquei receosa de trazê-lo para casa com medo de que adoecesse de novo por sentir falta de sua família e de seus cuidadores que lhe davam tanto carinho. Esperei mais algum tempo até que o veterinário deu alta dizendo que já poderia ser adotado por nós.

Chegou, finalmente, o dia em que fomos buscá-lo. Ele estava muito assustado e diferentemente dos irmãos que vieram nos receber fazendo um baita alarde, Bóris se escondeu dentro da casa e sumiu. Parecia que ele estava prevendo que dali sairia.

Recebemos as instruções necessárias para o cuidado diário e fomos à cata do pequeno para irmos embora. A despedida foi triste e dolorosa, principalmente por parte de Elisa que não parava de acariciar Bóris já com muita saudade.

Chegando em casa Bóris se sentiu acuado, desconfiado, assustado num ambiente desconhecido por ele, sem o cheiro habitual. Curioso, cheirou cada pedacinho da casa. Não comeu, pouca água bebeu e nos olhou com cara desconfiada se escondendo num canto da sala perto da porta de entrada como se tivesse a certeza de que a abriríamos para poder sair e voltar para sua família.

Tivemos que ter muita paciência no trato do bichinho assustado. Demos uma caminha quente e confortável para dormir e muito amor e carinho para que ele se sentisse em casa. Não queria brincar ou comer, fiquei preocupada. Para que ele comesse, eu me sentava no chão e dava sua ração na boca feito um bebezinho. Assim ele comia. Aos poucos fui colocando em seu prato para que dali se alimentasse.

Hoje, quinze dias depois, Bóris está totalmente adaptado fazendo das suas. Já se meteu com meu chinelo, cavou um buraco no meu canteiro de tempero, vindo com a maior cara de pau cheirando a alecrim e sálvia, corre alegre pelo quintal e late para a cachorrada da rua para avisar que agora esta casa é território dele. Logo pela manhã não sai de casa para fazer xixi sem antes dizer bom dia para todos. É o meu companheiro. Acompanha-me feito sombra para onde eu vou e fica deitado aos meus pés quando estou no meu cantinho. Quando quer brincar sai correndo e volta me desafiando a jogar brinquedos para pegar e trazer de volta. Preencheu um vazio enorme com a falta de nosso cachorrão KIKO.

Seja muito bem-vindo meu cachorrinho valente que venceu o maior obstáculo da vida e até aqui se mostrou vitorioso. Que possamos ter muita felicidade com sua permanência nesta família que muito amor e carinho tem a oferecer!! Amamos você!!

foto: por Inês de Barros
        Bóris
       AGO/2013


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

YPÊ




Inverno, estação de repouso.
A natureza fica parada,
As flores se escondem,
Os animais hibernam.
Tudo para acumular energias
Para a próxima estação:
A Primavera!

Mas o Ypê não.
Este desafia a natureza.
Ri do Inverno se desvencilhando das folhas.
E florescendo com toda sua cor,
Com todo seu esplendor,
Mostra toda a sua formosura
Em tons alegres e vivos.

Que venha a próxima estação.
Ele já floresceu
E alegrou meu coração!

foto: por Inês de Barros
        Ypê Amarelo
       AGO/2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VÍNCULOS

Outro dia li uma frase muito interessante que dizia o seguinte:
“Para estar na lembrança de seus filhos amanhã, você tem que estar na vida deles hoje!”

É uma grande verdade e eu até arriscaria tornar mais abrangente: “Para estar na lembrança das pessoas, você tem que estar na vida delas hoje!”. Só conseguimos estar na lembrança das pessoas se perto estivermos delas. Isso independe de aproximação física. Um telefonema, uma mensagem via celular, uma carta ou uma mensagem eletrônica, aproximam as pessoas. Lembro-me de que na década de 70 eu tinha amigos virtuais que participavam de um grupo onde nos correspondíamos por cartas, com a intenção de aprimorar meu inglês. Lembro-me de ter me correspondido com uma menina da Inglaterra, um rapaz da Índia e outra garota dos Estados Unidos. As cartas eram frequentes, e era muito bom recebê-las. Até que foram ficando menos frequentes e um dia deixei de mandar e consequentemente de receber. Já faz tanto tempo e confesso que nem me lembro do nome dessas pessoas.

Assim é como na vida presencial. Com o passar do tempo, nos relacionamos com pessoas e se não regarmos esse relacionamento com cuidado, o vínculo se perde, sem, contudo, se perder a lembrança doce que foi ter conhecido determinada pessoa, ficando a saudade e a esperança de reencontrar e recordar aqueles momentos muito bons.

Por outro lado podemos também nos lembrar de alguns relacionamentos de forma negativa. Aqueles relacionamentos não tão bem sucedidos ou negligentes, onde uma das partes acaba sendo responsável pela ruptura do vínculo, muitas vezes sem perceber. A falta da palavra, a ausência da proximidade, muitas vezes fazem com que os relacionamentos sucumbam e retomar a confiança nem sempre é uma tarefa fácil.

Como, então, termos a certeza de que estamos sendo lembrados pelas nossas atitudes positivas? Como evitar que sejamos lembrados pelos nossos tropeços ou negligências? Vigiando sempre, tomando cuidado, estando presentes, não perdendo o bem mais precioso que é ter um relacionamento saudável e bom com um parente ou um amigo, reservando tempo para quem nos é importante sem mentiras e sem quebra de promessas.

"O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade."
Provérbios 17.17

foto: coletada na internet (desconheço autoria)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MINHA PEDRITA

Não me lembro de quando eu ganhei minha querida boneca Pedrita, mas ela não saía do meu lado. Devia ter uns 3 ou 4 anos quando Pedrita chegou para mim com aquela carinha levada e com um lindo ossinho no topo da cabeça rodeado por uma chuquinha. Era o meu penteado preferido, pedia para minha mãe fazer sempre em mim para ficar parecida com a minha bonequinha.

Para onde eu ia, tinha que levar minha boneca. Eu brincava com ela o dia inteiro, levava-a para passear, conversava com ela e à noite se ela não estivesse comigo na cama, não dormia.

Nessas idas e vindas, acabei perdendo minha amada boneca. E como eu chorava. Como eu sentia saudades da minha companheira. Como ela me fazia falta...

Não comia, não dormia enquanto não achassem a minha Pedrita. Mas tinha que ser a MINHA PEDRITA. Não podia ser uma nova bonequinha, tinha que ser a mesma!!!

Coitados dos meus pais. Procuraram, procuraram e procuraram.

Um dia, a campainha de casa tocou. Minha mãe veio toda sorridente e me falou: “Inês, filha, tem visita na porta, vamos ver quem é!”

Corri para a porta da sala e na ponta dos pés alcancei a maçaneta e abri. Meus olhos se encheram de alegria, minha respiração ficou mais ofegante quando vi minha bonequinha de pé com os bracinhos abertos para mim. Minha voz saiu de um estalo da minha garganta e num grito de felicidade eu disse: “MINHA PEDRITA VOLTOU!!”

Minha querida boneca retornara. Não sei dizer se era uma nova bonequinha ou se a antiga Pedrita, mas a alegria era tanta que, sinceramente, não percebi a menor diferença.


Perder objetos e ter emoções negativas faz parte da vida, reencontrar também, mas felicidade igual àquela de reencontrar meu bem mais precioso creio que não vivi. Marcou indelével em meu coração.

foto: coletada na internet (desconheço autoria)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MONTE FUJI

Há tempos estava procurando uma tábua de vidro para cortar alimentos, mas não gostava dos motivos impressos. Outro dia entrei numa loja e achei uma tábua com um desenho que gostei muito por se tratar do Monte Fuji. Gosto da cultura oriental e acabei adquirindo a tal tábua.

Cheguei em casa lavei e guardei. André chegou, viu a tábua e disse que também havia gostado. Pegou, olhou, analisou, sacudiu e ficou pensativo.

Intrigada com sua atitude, indaguei por que havia feito aquilo. Ele com ar interrogativo me perguntou:

- Mãe, será que eu provoquei um terremoto no Japão?!

... depois do noticiário, melhor deixá-lo longe dos mapa mundi!!


foto: arquivo pessoal

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

SAUDADE, DOR DOÍDA



Que dor doída é esta da saudade
Revira a memória, bagunça os sentimentos
Estremece as estruturas
Aperta o coração

Ah que dor doída
Com a vontade da presença
Na busca da conversa
Do abraço carinhoso

Ouvir novamente a voz
Seria um presente.
Como preciso de seus conselhos
De sua palavra paternal

Por hora fica a lembrança
Da caminhada vivida
De momentos felizes
E de dor também

Mas na esperança
De que um dia nos reencontraremos
E o que era saudade 
Se tornará felicidade

Saudades, pai
Muitas saudades!!


foto: arquivo pessoal

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SENTANDO NO PRÓPRIO RABO E REPARANDO NO RABO DO OUTRO


Eu me divirto com os desabafos e inconformismos das pessoas. Explico.

Numa página de uma rede social vi alguns desabafos de pessoas inconformadas por se considerarem injustiçadas por alguma atitude de alguém, postando publicamente um comentário do gênero: “Nosso direito acaba quando começa o direito do próximo”, e dissertam a respeito do que lhes aconteceu com meias verdades, sem objetividade, dando indiretas como se o próximo que supostamente lhes atingiram, veja e se envergonhe pelo que possa ter feito para lhes prejudicar.

Aí eu pergunto: Quem é o “eu” e quem é o “próximo”? Vou mais além. O que é direito do "eu" e o que é direito do "próximo"?

O “EU” e o “PRÓXIMO” estão muito ligados. Como vivemos numa sociedade considerada civilizada, na verdade o “EU” é ínfimo, pois pelo bem da coletividade e defendendo o já mencionado anteriormente a respeito de onde os direitos começam e terminam, temos sempre que entender que o direito do “eu” não vai muito longe, pois está sempre esbarrando no direito do “próximo”.

Só que, como ninguém é perfeito e não existe sociedade perfeita, sempre encontramos pessoas que invejam outras e fazem de tudo para conquistar o que é do alheio sem medir consequências. Aí o alheio sublima seus sentimentos de invasão e se abstém de defender o que poderia lhe pertencer, e continua a viver sua vida da melhor maneira possível, pregando o que considera ser certo sem, de forma alguma, atacar ninguém ou denegrir a imagem de qualquer um que seja. Isso acaba incomodando a pessoa de quem foi objeto de inveja. Inconformada, a pessoa invejosa esbraveja sua indignação ao léu achando que desta maneira estará vingada.

Todos nós precisamos tomar muito cuidado, pois não há quem não tenha “telhado de vidro”. O que alguém julga ser seu direito, na verdade aos olhos de outro este julgamento pode não ser bem este, principalmente se este alguém estiver inconformado com alguma atitude do outro em relação a ela, sendo que no passado esta pode ter prejudicado esta mesma pessoa de alguma forma. Temos o péssimo costume de imputar a outrem nossas próprias deficiências de urbanidade e educação. Não temos gentileza e nem amor para com o próximo. Um bom exemplo seria dizer que quando alguém passa de motorista para pedestre, revolta-se com o motorista, mas quando está atrás do volante, costuma atropelar pedestres. Seria uma questão cultural?

É fácil apontar o dedo para alguém, porém ninguém se lembra de que ao fazermos isso, apontamos outros três dedos para nós mesmos.

Na verdade, acredito que tudo o que fazemos temos de volta. Se praticarmos o bem, o bem receberemos de volta, por conseguinte, se praticarmos o mal, este também vem nos assombrar de maneira impiedosa. E aí é que vem as tais bravatas dos seres que se consideram injustiçados.

Dessa maneira, deveríamos concentrar todas as nossas energias para o que é bom, para a propagação do amor verdadeiro, do amor ágape, aquele que não espera nada em troca, não é leviano ou invejoso e transbordante de soberba.

Promovendo o bem e o que nos encanta, com certeza conseguiremos vencer o que nos desagrada.

Fica a dica!! 


foto: coletada na internet (desconheço a autoria)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

UM CANO ESTOURADO E MUITAS RECORDAÇÕES

Na última semana de julho de 2013, antes do retorno das férias escolares, fui ao socorro de minha irmã mais velha, Beatriz, que sofreu com um rompimento de um cano num quarto de despejo, onde ela guardava várias coisas, inclusive recordações como desenhos, livros e muitas fotos.



Chegando lá pude perceber a catástrofe com vários pertences (quadros, papéis e documentos) espalhados pelo quintal na tentativa de recuperar a maior parte possível da “enchente”. O trabalho foi árduo, mas valeu à pena cada esforço, pois conseguimos, além de organizar tudo, salvar muitas fotos da ação ingrata da água.




Creio que a demora do trabalho se deu pelo fato de que, a cada papel, a cada carta e principalmente a cada foto, nos lembrávamos das ocasiões onde e porque foram tiradas.




Encontrei fotos dos meus pais mocinhos dançando, minha avó em traje de melindrosa num carnaval, eu com minhas irmãs ainda crianças dando pão para os patos no Lago da Praça mais importante de Águas de Lyndóia em frente ao Hotel Tamoyo, montando cavalo, andando de charrete, nos divertindo em piscinas e brincando na areia da praia. Meu pai não perdia oportunidade de nos clicar. Foi o máximo rever todas aquelas fotos e viajar no tempo revivendo cada momento de tempos muito bons que não voltam mais (sem saudosismo, mas com muita saudade).


Temos dois primos em segundo grau que desde crianças brincávamos. Quando nos encontrávamos era muito bom e numa determinada época, mantínhamos muito contato e saíamos quase todos os finais de semana. Íamos ao Playcenter, ao cinema, ao teatro, dançar ou apenas ficávamos em casa conversando até altas horas rindo muito. Chegamos a participar, por acaso, de gravações de novelas  como Aritana na TV Bandeirantes, numa casa noturna, onde tivemos alguns momentos de celebridade, aí avisamos a família toda e os amigos para que não perdessem o capítulo que passaria em um determinado dia para nos verem.


Encontrei uma foto, que julgava estar perdida. Quem se lembra do Bierhalle - O Pavilhão da Cerveja na Av. Lavandisca em Moema em São Paulo/SP?! O ano era o de 1970 e alguma coisa, quase 1980 em que fomos a um baile de carnaval e, festeiros como éramos, "rasgamos a fantasia", eu vestia um sarongue amarelo e Beatriz vermelho. Naquele dia, tivemos um dos poucos registros desses nossos passeios.

Agradeço muito aos avanços tecnológicos, pois se esse acidente na casa de minha irmã tivesse acontecido há alguns anos, iríamos brigar para ver com quem ficariam as fotos ou esperar alguns dias e a boa vontade de uma de nós duas para mandar em um fotógrafo para fazer cópia, pois não temos os negativos. Bendito scaner!! O difícil foi convencer minha irmã que devolveria as fotos após escaneá-las!!

fotos: arquivo pessoal