quarta-feira, 21 de outubro de 2015

13 ANOS

Para algumas culturas é um ponto de ruptura entre o mundo infantil e o universo adulto.

No judaísmo, por exemplo, o jovem de 13 anos já é responsável pelos seus atos, tornando-se adulto. Isso tem a ver com relatos bíblicos em que Levi, filho de Jacó, juntamente com seus irmãos, pegaram a espada para defender a honra de Diná, sua irmã. Relata a Torá que Levi, quando isso aconteceu, contava com a idade de 13 anos e foi a pessoa mais jovem que a bíblia se referiu como homem. Aos 13 anos e um dia, portanto, o jovem judeu já é considerado adulto independentemente de ter ou não alcançado a puberdade.

No mundo muçulmano, ao completar 13 anos, o jovem é circuncidado, lembrando o fato de que Ismael, filho de Abrão foi circuncidado aos 13 anos. Essa prática passou a ser considerada como símbolo da aliança com Deus.

Deixando a religião de lado, é fato que os 13 anos passa ser ícone na vida das pessoas. É o momento em que a criança passa a ser adolescente, com modificações físicas e emocionais. Um corpo em crescimento em uma mentalidade ainda infantil. Quantas questões sem respostas, quantas indefinições, com um mundo inteiro pela frente e avidez por uma resposta imediata!!

Hoje é o dia dele. De meu caçula. O companheiro de todos os dias. O que me inspira em tantas coisas e que me faz ver a vida de forma mais leve, ainda que tenha que lhe dar puxões e puxões de orelhas. Aquele que torna meus dias mais alegres e que me contagia com sua alegria. Para mim, ele não passou para a fase adulta. Nunca passará. Ainda que eu e a vida exijamos que seja mais responsável, sempre será minha cria a ser lambida, meu filhote indefeso, minha criança.

Seja sempre essa pessoa alegre e contagiante, prometa-me que nunca irá mudar!!

Parabéns, meu pequeno grande homem!! Que Deus esteja sempre no controle de sua vida e que você sempre O busque quando estiver necessitando de orientação para suas tomadas de decisão.

Meu amor por você é muito maior que o universo!!

Mamãe

foto: arquivo pessoal

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MÃES

O papel de ser mãe não é fácil. Cada uma delas realiza suas atribuições maternais de diversas formas. Umas são mais práticas, outras mais amorosas, tem as mais duras e até aquelas que não exercem seus papeis. Em nenhum dos casos temos o direito de questionar ou de julgar a maneira pela qual cada uma delas age, mesmo porque não estamos em todas as situações e não vivemos cada um desses relacionamentos.

Lembro-me muito bem, antes de ter filhos, que sonhava com a possibilidade de fazer uma carreira e ser uma grande executiva. Ao engravidar, estava há algum tempo estagiando em uma companhia de transportes e pude reparar que meu coordenador possuía dois bips (naquela época não havia celulares). Aquele “brinquedinho” “bipava” à torto e à direito não dando sossego para que ele pudesse trabalhar com tranquilidade. Um dia meu chefe me confidenciou que teria que deixar o aparelho ligado durante o final de semana também. Fiquei pensando no inferno que seria a vida dessa pessoa e de sua família. Resolvi que não queria isso para mim.

Ao terminar a faculdade, grávida de 5 meses, estava no ápice da minha felicidade. Meu filho nasceu e surgiu uma oportunidade de trabalhar em uma multinacional, mas meu bebê tinha somente 20 dias de nascido e a empresa não poderia esperar. Naquela época, creches não eram confiáveis, minha mãe havia falecido e não percebi pré-disposição por parte da outra avó em cuidar do neto. Por outro lado, acreditava, e ainda acredito, que os filhos devem ser educados pela própria mãe. Desisti do emprego e decidi cuidar do meu filho, da família e da casa. Não me arrependi, faria tudo de novo.

Sabia que isso implicaria em muitas coisas. Em primeiro lugar a questão financeira ficaria mais apertada. Em segundo lugar, ficaria mais em casa e deixaria de ter contato mais estreito com o mundo fora da “bolha”. Mas a vantagem era muito grande. Estaria com meu filho, lambendo a cria e acompanhando o desenvolvimento daquele ser bem de pertinho.

Meu filho cresceu com todo cuidado que uma mãe zelosa pode oferecer, o tempo passou, e a possibilidade de encontrar um trabalho cujo custo benefício fosse favorável tornou-se muito difícil. Fiz um bico aqui e outro ali, até que voltei ao mercado de trabalho e engravidei novamente, e, pela segunda vez, tive que optar entre cuidar da família ou continuar trabalhando. Evidentemente escolhi a família.

De novo, meu segundo filho cresceu em formosura debaixo do meu zelo cuidado e amor e fiz um bico aqui e outro ali, mas para ingressar novamente em uma empresa ficou muito mais difícil não pela minha incapacidade laboral, coisa que não tenho, mas pela minha idade cronológica. Mais um vez me vi em casa cuidando da família, coisa, diga-se de passagem, que amo fazer.

O casamento não estava indo bem e o divórcio acabou sendo inevitável. Em nenhum momento coloquei filho contra pai e a todo momento defendi a moral da pessoa com quem me relacionei por quase 25 anos, não permitindo que ninguém falasse mal ou se referisse a ele de maneira chula, muito pelo contrário, fato é que até hoje, minha família o tem, junto com a família dele, como amigo e por eles tem muito apreço. Tentei me reerguer profissionalmente, porém não tive sucesso.

Não sei como dizer o que quero sem dar maiores detalhes, mas depois de anos de dedicação à família, sem direito à “indenização” por “quebra de contrato”, é duro perceber a acusação de negligente no trato com os filhos por pessoas que simplesmente não me conhecem e pior ainda, pela pessoa que me conhece e muito bem.

Saber dessas coisa me deixa entristecida, mas assim é a vida. Fica aqui um desabafo, pois eu consigo deitar minha cabeça no travesseiro e dormir com tranquilidade sabendo que em nenhum momento dessa vida prejudiquei emocionalmente ou moralmente alguém.

Existe uma passagem na bíblia cujo contexto nos dá uma advertência sobre não sermos soberbos em pensar que em quanto mais fortes pensamos ser, mais atentos devemos ficar para que não caiamos, pois “a soberba precede a ruína e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16.18). Lendo o capítulo de I Coríntios 10 desde o seu começo percebemos que os antepassados, muito embora tivessem usufruído das questões espirituais como batismo e rituais de louvor ao Criador, Deus não se alegrou deles, pois desobedeceram quando começaram a cobiçar coisas más, ao serem idólatras, queixosos e murmurantes até sentando no próprio rabo para apontar para o rabo alheio (“todos pecaram e carecem da glória de Deus” Romanos 3.23). 

Portanto:

“Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia” (I Coríntios 10.12)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

PASSADO, PRESENTE E FUTURO


Li certa ocasião a seguinte frase:
“Não deixe seu passado acabar com seu futuro”

O que é passado? O que é futuro?

Consideramos passado tudo aquilo que passou. Nossa infância, juventude, os bons momentos com os amigos, as reuniões de família, as datas festivas onde lá atrás reunimos pessoas queridas. Mas o passado não é feito somente de momentos felizes. Além das alegrias e comemorações de conquistas, temos também as adversidades que muitas vezes nos visitam sem pedir licença e causam um tsunami tal que parece que jamais conseguiremos nos levantar e reconstruir nossas vidas.

O que passou, passou. Os bons momentos as alegrias servem de consolo e as boas lembranças nos acalentam em momentos melancólicos e saudosistas, assim como os momentos ruins, muitas vezes causados pelas nossas atitudes, nos assombram e só nos resta pedir perdão e perdoar para podermos ter paz de espírito.

No futuro estão as incertezas, tudo aquilo que ainda vai acontecer. Fazemos planos, traçamos objetivos, mas tudo é incerto, não é uma questão matemática onde somamos 2 com 2 e sempre obtemos 4, isso não muda. Por mais que pensemos em todas as possibilidades o futuro é sempre uma questão de tentativa e erro. Não conseguimos prevê-lo. O futuro a Deus pertence. Não temos o poder da onisciência.

O que nos aguarda é sonho, expectativas, querer realizar, planejamento. Porém nem sempre tudo acontece como planejamos. Ajuste são necessários. Observação também. Muita vigilância.

Presente é o que vivemos hoje, e a única referência que temos é o passado. Viver o presente é uma tarefa muito difícil. Alguns se instalam no passado esquecendo-se que o hoje é uma dádiva. Revivem intensamente as alegrias e frustrações passadas que deixam de perceber o quão bom é ver o sol renascer todas as manhãs nos trazendo bênçãos infinitas. Ou planejam tanto, vivem tanto do que poderá fazer deixando de lado o que precisa ser feito hoje para conquistar o amanhã.

Diante disso, é melhor sempre pensar no presente, nas suas ações hoje, vigiando muito, pois depois de feitas, vira passado e com certeza comprometerão o futuro!

“Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.”

Mateus 6.34
foto: coletada na internet (desconheço autoria)

sábado, 9 de maio de 2015

MÃE



Engraçado como escrever sobre mães, para mim, sendo mãe, se torna difícil. Sempre fica um tom de cobrança em relação aos meus filhos e isso não quero de jeito nenhum. Talvez seja por isso que nunca escrevi nada para minha amada mãe que já não se encontra perto de mim há tantos anos, mas que me faz uma falta danada.

Hoje parei para pensar sobre esse assunto. Mãe, uma palavrinha tão pequena e que representa tanta coisa. Aprendi que mãe é insubstituível e que por "pior" que ela seja é mãe e isso não se tira de ninguém. 

A minha saudosa mãe foi quem me ensinou a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesma, que não sou melhor que ninguém, que tenho o meu lugar na sociedade, mas que não posso desrespeitar o lugar do outro. Foi ela quem me ensinou a pescar meu próprio peixe indo em busca de realizar meus sonhos. Me ensinou a ser verdadeira e nunca faltar com a verdade. Ser fiel e honesta. Lembro-me de seus ensinamentos diariamente e passo para os meus filhos esses princípios que dinheiro nenhum pode comprar.

Hoje ela não está perto fisicamente de mim, mas está sempre em minha lembrança de tempos bons e os episódios não tão bons assim, mas a vida é feita disso. Não sei o que seria de mim sem minha mãe com quem convivi os meus primeiros melhores 28 anos de minha vida. De lá para cá tem sido difícil. Contudo, hoje não posso deixar de me lembrar de uma mãe especial, a mãe de meus primos, que hoje tem realizado o papel de mãe em minha vida, me dando colo, acolhida, muito amor e arrisco a dizer que sem cobranças. Essa mulher, forte e lutadora que tem muito amor para oferecer e a quem eu agradeço pela sua generosidade, tem me amparado em dias difíceis. 

Parabéns à todas às mães de minha vida: tias, primas, amigas... E à minha mãe uma singela homenagem com a certeza de que nos reencontraremos quando terei a oportunidade de, novamente, sentir seu cheiro, abraçar com muita saudade e afagar seus cabelos!

FELIZ DIA DAS MÃES!!

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

AO PÉ DA LETRA...


Houve uma época em que eu desejava muito em me mudar para o litoral, mas acabou não dando certo, pois entrei na faculdade e o sonho acabou sendo adiado.

Vez por outra esse sonho voltava ao meu pensamento e já me via andando pela orla todas as manhãs e até sentia aquele cheiro gostoso da maresia, ou seja, já sonhava colorido e com cheiro.

Felipe já tinha nascido e contava com a idade de pelo menos uns 4 anos. Numa dessas viajadas no pensamento quase que materializando meus desejos, virei para meu anjinho de olhos verdes e perguntei:

- Felipe, o que você acha de morarmos na praia?

- Praia?!

- É, filho!! Já pensou que gostoso?! Passearmos todos os dias catando conchinhas e sentindo aquele ar fresco?

- Praia?!

- É... um lugar descontraído e que você poderá arranjar muitos amigos bacanas e quem sabe aprender a surfar?

- Praia?!

- Éééééééé!!! Que tal? Gostaria de morar na praia?

Felipe desanimado e com ar ressabiado e desconfiado de que aquele meu sonho seria uma boa ideia, virou para mim, com propriedade e responsabilidade, como se esses predicados me faltassem, e respondeu:

- Sabe, mãe... Prefiro morar numa casa mesmo...

Foto: Armandinho

sábado, 11 de abril de 2015

O PODER DO PENSAMENTO


Muita gente usa a rede social para extravasar raiva e frustrações. Tudo bem que nossa vida não seja um mar de rosas sem espinhos, mas essa exposição de sentimentos negativos, principalmente quando esses sentimentos têm "endereço e telefone", de nada adianta para solução dos problemas. 

Passamos por frustrações e em algum momento ficamos chateados e até temos raiva, mas se canalizarmos de forma adequada esses sentimentos poderosos, com certeza conseguiremos encontrar luz e ter clareza de pensamento para encontrarmos soluções excelentes. 

Apenas um pensamento...

foto: Armandinho

quinta-feira, 2 de abril de 2015

IMAGENS DE MINHA INFÂNCIA


Eu vejo amarelo com rosa
Pastilhas e pedra mineira
Tocos de madeira e Plasticor
Bicicletas e skate
Corredores tortuosos
Crianças bebendo água de torneira
Esconde-esconde e pega-pega
Queimada e futebol
Leituras de histórias em quadrinhos
Jovens sentados no portão
Avenida silenciosa
Amigos por todos os lados
Bancos azul e branco
Festa junina no playground
Sala de ping-pong
Porteiros implicantes
Viveiros de pássaros
Jardins exuberantes
Aquário de carpas
Piscina infantil
Rampas suicidas
Muitas formas geométricas
Muitas cores enfeitando
Um universo num pequeno espaço
Morei num edifício de Artacho Jurado
Quem viveu ou ainda vive num desses
Sabe muito bem do que estou falando!!

Saudades, Parque das Hortênsias!!

foto: imagem de Paulo Caruso

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O COMBINADO NÃO SAI CARO!

Há não muito tempo, André acordava cedinho com uma disposição invejável. Levantava-se e logo ia me chamar para brincar, passear, ou seja, fazer todas as coisas que ele gostava de fazer e as horas do dia eram poucas para a agenda já elaborada por ele, então não se podia perder nenhum minuto sequer: “Acorda, mãe, senão não vai dar tempo!!”

O tempo passou e com ele os hábitos de André foram se modificando. Ficou um preguiçoso. Dorme até tarde (coisa muito comum nos adolescentes). Agora quem fica chamando para fazer caminhada logo cedinho sou eu. E quem diz que ele se levanta?! Portanto, vou ao meu exercício matinal única e exclusivamente acompanhada do meu cão fiel: Bóris!

Hoje queria fazer uma compra no hortifrúti que fica 30 minutos a pé de casa. Então, avisei ontem mesmo que sairíamos cedinho. Ele reclamou um pouco, mas acordou e, sem eu ter que chamá-lo, levantou-se e fomos às compras. Fiquei com pena de voltar a pé com sacolas pesadas, então chamei um táxi, mas com a promessa de que ele iria comigo à um centrinho de comércio que tem aqui pertinho para comprar linha, agulha, revista e ração para o cão. Como não levamos o Bóris logo cedo, André quis levá-lo e eu disse que não daria e no caminho expliquei porquê. Quase chegando na esquina justifiquei:

- Não dá para levar o Bóris porque vamos demorar no armarinho.

André, com um olhar fulminante, de quem não estava querendo sair de novo a pé, virou para mim apontando o dedo indicador para o meu nariz, disse:

- Isso não estava no contrato!!

Reclamou até me aporrinhar, mas acabei comprando uma revista para compensar o tempo que ele teve que esperar até eu escolher as cores de linhas que precisava. E tive que ouvi-lo ler a revista no caminho de volta. Justo... muito justo!!

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

CREPÚSCULO




E o dia de hoje se foi
Não volta nunca mais...
Continuemos em frente sempre
Sem olhar para trás
O que passou no passado fica
Muita coisa boa está para acontecer
É para frente que se anda
Sem esvanecer...

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

domingo, 25 de janeiro de 2015

SÃO PAULO



São Paulo que amanhece trabalhando
São Paulo não pode parar
Túmulo do samba
Terra da garoa
Muita coisa acontece na Ipiranga com a São João
Tantas frases sobre minha amada cidade
A tumultuada e complicada São Paulo
Esteve, está e sempre estará
Cravada indelével em meu coração
PARABÉNS SÃO PAULO!!

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

sábado, 17 de janeiro de 2015

O QUE É FELICIDADE MESMO?!

Engana-se quem crê que tudo o que traz felicidade ao coração é certo. Na maioria das vezes a felicidade está na consciência tranquila, ou seja, não é o que nos satisfaz, mas o que nos deixa de cabeça erguida na certeza de que não prejudicamos e nem magoamos ninguém.


Perde-se muito tempo com o inatingível e esquece-se que bem pertinho está a felicidade que tanto se quer, mas é incapaz de perceber. Sinceridade, fidelidade e amor ao próximo são ingredientes fundamentais para bem viver nossos relacionamentos.

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

sábado, 10 de janeiro de 2015

MARIA FUMAÇA

Foto por Beatriz de Barros


Há muito tempo que não fazia uma coisa diferente. Comecei o ano de 2015 a todo vapor com um novo passeio para onde eu nunca tinha ido de uma forma que eu nunca tinha feito. Viajar de Maria Fumaça!

Neste passeio contei com a companhia de minha irmã mais velha e filho mais novo e pudemos desfrutar de um meio de locomoção que nos rebateu aos antigos tempos em que para chegar ao interior do Estado de São Paulo, contava com esse meio de transporte. O apito da locomotiva a vapor e o tátá tátá das rodas nos trilhos dão-nos uma sensação gostosa de participar da história, sem falar do cheiro de lenha queimando e paisagens com fazendas e animais pastando, modificadas pelo progresso e desenvolvimento da região, pois encontramos edificações mais modernas como os prédios de apartamentos, condomínios fechados de casas, muito comum na região e estradas asfaltadas ao longo da linha do trem. Usando os três sentidos (visão, audição e olfato) Partimos da Estação Anhumas (Campinas SP) com destino à Estação Jaguariúna na cidade de mesmo nome no Estado de SP.

Interessante como a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF cuida deste patrimônio com zelo. Fundada em 04 de setembro de 1977 pelo francês apaixonado por locomotivas a vapor e ferrovias, Patrick Henri Ferdinand Dollinger que, já naquela época, preocupado com o abandono da história, resolveu criar uma entidade de preservação nos mesmos moldes existentes na Europa e Estados Unidos. 

A primeira grande ação da ABPF foi instituir uma campanha nacional para impedir o sucateamento das locomotivas a vapor que conseguiu sensibilizar a administração da Rede Ferroviária Federal SA da época, como também obteve seu apoio. De uma só vez, a RFFSA cedeu a ABPF treze locomotivas a vapor desativadas. Bem, a ABPF precisava conseguir um ramal desativado para acomodar todo esse equipamento e dentre alguns trechos desativados no Estado de São Paulo, Patrick Dollinger optou pela antiga linha tronco da Cia Mogiana, entre Anhumas (Campinas) e Jaguariúna que somente em 1979 a FEPASA – Ferrovias Paulistas S.A. atendeu ao apelo da ABPF e cedeu, em comodato, este trecho de 24km.

Começou-se, então a empreitada de recuperação de locomotivas a vapor, carros de passageiros, vagões, estações, via permanente e sete anos depois, em setembro de 1984, era criado o Museu Ferroviário, com 24 km de extensão chamado de Viação Férrea Campinas-Jaguariúna – VFCJ.

Infelizmente, Patrick Dollinger não viu o seu sonho ser realizado por completo. No dia 17 de julho de 1986, faleceu nos Estados Unidos, vítima de um acidente automobilístico.

Com sede localizada na cidade de Campinas, a ABPF é composta de uma Diretoria Nacional e Divisões Regionais e Núcleos, espalhados pelo país, reunindo interessados na preservação da história da ferrovia brasileira, mas não conta com a ajuda governamental. Todo dinheiro arrecadado com as tarifas, lembrancinhas e alimentos que são vendidos nas estações e dentro dos trens são revertidos para manutenção e restauração do patrimônio ferroviário. Só para se ter uma ideia, o custo de reforma de uma locomotiva gira em torno de R$ 1.500 milhão e de um carro de passageiro não fica menos de R$ 500.000,00. Para isso a ABPF conta basicamente com voluntários para levar a história aos visitantes com passeios monitorados pelas ferromoças e ferromoços, bem como com alguns parceiros e qualquer pessoa pode colaborar financeiramente com este projeto, basta acessar o site www.mariafumacacampinas.com.br e se informar como fazer.

Fiquei maravilhada com a história deste empreendimento que o calor insuportável não atrapalhou em nenhum momento nosso passeio e nos divertimos muito com as apresentações musicais e histórias contadas pelo ferromoço que, a medida em que o trem avançava em seu destino, aparecia no carro para dar uma explicação para aquele trecho da viagem.

É um passeio para toda família que vale a pena fazer e eu recomendo, afinal por causa de um sonho de um estrangeiro, felizmente e por incrível que possa parecer, podemos conhecer mais um pouquinho a respeito da história de nosso país.


Foto por Inês de Barros
fotos: acervo pessoal





segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O QUE PASSOU NÃO VOLTA MAIS...


Bom passar momentos com pessoas queridas e com as quais nos sentimos acolhidos. O ano de 2014 foi extremamente complicado. Comecei muito doente e terminei decepcionada.

Este final de ano passei com meus familiares e fazia muito tempo que isso não acontecia. Senti-me em casa, faltando somente a presença de nossos queridos pais e avós (já falecidos), sem falar do meu filho mais velho que estava viajando. Resignei-me e vivi o meu agora com a parte da família que estava presente.

A princípio fiquei muito triste pensando no que poderia ter sido. Um sentimento de frustração invadiu meu coração, pois algumas coisas do passado não estavam presentes. Mas o que passou, passou. Foram momentos bons e talvez momentos que poderiam ter sido vividos e que por algum motivo não aconteceram. Se as intercorrências não permitiram que acontecessem é porque não era para acontecer, e virou passado. Então para quê trazer o passado para o presente? O passado é uma mala muito pesada que carregamos e o esforço de mantê-la ao nosso lado é tamanho, que deixamos de viver o presente. Aí, este presente vira passado e lá no futuro aparecerá um sentimento irresistível de resgatar, mas o tempo passa e acabamos vivendo de lapsos sem conexão com o que está acontecendo agora. Então, passado é para se enterrar e ficar somente com a doce lembrança.

Não deixe que o passado assombre, vá em frente. Querer, por exemplo, reviver um grande amor da juventude, que ficou mal resolvido, é ilusão. Depois de anos as pessoas mudam, amadurecem, o que foi, não é mais. E se não foi, outras coisas muito boas aconteceram e pode-se perder por pura vaidade e teimosia. Reconheça e assuma seu erro, peça perdão. Antes que seu presente vire passado, VIVA-O!!