sexta-feira, 27 de março de 2020

AMOREIRA


Hoje, logo cedo, enquanto tomava café da manhã, fiquei contemplando minha Amoreira que está toda cheia de folhas verdinhas e carregada de amoras. Olhando bem para ela e percebi passarinhos saboreando seus frutos com imensa alegria. Como é bom ver esse espetáculo silencioso da natureza, essa interação de dois seres vivos criados pelo nosso bom e perfeito Deus.

No ano em que me mudei para Sorocaba, havia uma campanha de arborização na cidade. Num belo dia de sol, passeando pelo Parque Campolim, me deparei com uma distribuição de mudas de diversas árvores. Peguei logo duas, uma de Ypê amarelo e uma de Amoreira. Chegando em casa, as plantei uma em cada vaso e lá ficaram por pelo menos seis anos. Minha Amoreira cresceu, assim como o Ypê, e deu frutos bem docinhos que me deixavam muito feliz.

Ao me mudar para Vinhedo, as duas árvores foram plantadas no quintal da casa de minha irmã. O Ypê não resistiu ao singular e exótico paladar de Nico (o cão fiel e atrapalhado, mas mega amoroso de minha irmã), que "podava" constantemente as ainda pequenas árvores, mesmo ralhando com ele. A Amoreira quase teve o mesmo fim, mas conseguiu resistir às investidas de Nico e hoje é uma árvore que faz sombra para que ele e Bóris (meu querido e companheiro cão rabugento) permaneçam juntos nos dias mais quentes, lado a lado, deitados ao pé da linda Amoreira, desfrutando de momentos sonolentos e relaxantes.

Olhando minha Amoreira, não tive dúvidas. Peguei um pote e fui até ela e comecei a colher amoras. Enchi um, dois e, surpresa, tive que pegar um terceiro pote. Não imaginava que fosse colher tantas. Elas estão roxinhas e docinhas. Uma delícia. A quantidade não era muita para se fazer uma geleia, mas ainda ficaram algumas na árvore para amadurecer. Vou esperar mais uns dois ou três dias para ver se consigo colher mais e fazer um tiquinho de geleia.

Ah, ainda deixei amoras para os passarinhos comerem também, assim tenho a grata felicidade de ouvir seus cantos alegres enquanto se achegam para suas refeições.

foto: acervo particular

quinta-feira, 2 de maio de 2019

INVISÍVEL






Às vezes me sinto
Invisível
Invisí
Invi
In
.........

foto: coletada da internet (desconheço autoria)

sábado, 5 de janeiro de 2019

É SÓ UMA QUESTÃO DE COR



Antes de falar de cor, vamos falar de mínimo. Sim, Salário Mínimo. Fazendo uma análise muito simplista, mas simplista mesmo, o Salário Mínimo tinha uma previsão para ser de R$ 1.006,00 para o ano de 2019, porém foi fixado em R$ 998,00. Choveu críticas ao novo presidente, claro. Os catedráticos de plantão não perderam tempo. Este texto não tem a pretensão de defender ninguém, mas de esclarecer, timidamente, alguns fatos que são importantes. O ajuste do Salário Mínimo segue uma regra, que inclusive foi assinada na época da então presidente Dilma Rousseff, que se leva em consideração o PIB de dois anos anteriores e a inflação do ano anterior (usando o índice INPC). O valor anunciado era apenas uma previsão de acordo com a expectativa da inflação. Como a inflação foi menor do que o esperado, o ajuste do Salário Mínimo ocorreu na mesma medida e esse orçamento foi aprovado no governo Michel Temer, apenas assinado pelo novo presidente. Nem foi comentado aqui sobre o quão prejudicial seria para nossa economia abalada, caso fosse aprovado apenas R$ 8,00 a mais.

Vamos às cores. Damares Alves, a nova Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, falou muito, mais que rosa e azul. Falou de preconceito, de respeito, de violência contra mulher, falou de abuso sexual, de pedofilia, falou também de irresponsabilidade midiática, de amor aos indígenas, de fortalecimento da família, de respeito à cultura dentro do caráter universal  dos Direitos Humanos, etc etc etc, mas o que foi veiculado foi a frase metafórica: "Menina veste rosa e menino veste azul". Aí é que temos que "desenhar".

Talvez não se saiba, mas a cor rosa só se estabeleceu como cor feminina na década de 1980, mas houve um caminho muito longo para isso.

Como as tinturas para os tecidos eram muito caras, durante muitos séculos, as crianças de qualquer gênero usavam roupas brancas até uns 6 anos de idade. Os tons pastéis (entre eles rosa e azul) só começaram a ser associados às crianças no século XX, um pouco antes da 1ª Guerra Mundial.

Fugindo um pouco das cores, abrindo-se um pequeno parêntese, para se falar em gênero, deve-se levar em consideração a ciência. Se pegarmos um exemplo de um fragmento de um osso encontrado há muitos séculos e fizermos um teste de DNA, poderemos constatar se aquele osso se trata de uma pessoa do sexo feminino ou masculino. Se a opção sexual dela é diferente, é irrelevante para a ciência, portanto, nascemos menino ou menina, isso é biológico, isso é irrefutável! A cor que irá usar será escolha de cada um, e não cabe ao Estado ou à escola o direcionamento, nem proporcionar ambiente para tal, pois, constitucionalmente, pertence aos pais cuidar e educar seus filhos, e o Brasil é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos e no Art. 12 inciso 4, diz que pertence aos pais a educação moral segundo as suas convicções. Então, esse papo de Ideologia de Gênero nas escolas, é papo furado e desnecessário. Escola tem que ensinar matemática, português, história, geografia, sociologia, filosofia, e já tá de bom tamanho.

Voltando às cores. Na época, porém, não havia uma distinção de gênero estabelecida às cores. Ou seja, Havia quem defendesse que a cor rosa era para os meninos e a azul para as meninas. A justificativa para isso era porque acreditavam que o rosa seria uma cor mais forte e decidida, já o azul, mais delicado e amável. Tudo uma questão de opinião, portanto, pura subjetividade.

Esse assunto gerou algumas polêmicas que fez com que, em 1927, a revista Time realizasse uma pesquisa e concluiu que as opiniões não eram unânimes, onde as lojas recomendavam tanto rosa para meninos e azul para meninas, como vice e versa ou rosa para ambos, sem distinções.

Após a 2ª guerra Mundial, uma época em que as jovens operárias trabalhavam com roupas pretas ou azuis, a esposa do presidente Dwight Eisenhower (1953-1961) Mamie, foi à festa de posse de seu marido com um exuberante vestido rosa, não satisfeita, passou a usar essa cor em muitos outros compromissos oficiais. Foi uma postura bastante vanguardista em época de pré-revolução sexual, e as operárias gostaram do contraste.

Foi então que no final da década de 1960 ouve uma espécie de "ruptura" nessa questão de vestuário tipicamente feminino e masculino por conta dos movimentos sociais e pacifistas e as vestimentas se tornaram unissex com roupas de gênero neutro permanecendo populares até meados da década de 1980 onde o rosa se impôs definitivamente na paleta de cores de produtos femininos para aquelas que apreciam essa cor em seus armários.

Como veem, cor é subjetivo. No decorrer dos anos mudam-se os costumes de uso, o que não se muda para alguns, são os valores morais e na verdade é o que realmente importa. Lê-se valor moral, aquele que respeita o pensamento do outro, ainda que discordante do seu, aquele que luta pelo mesmo objetivo, ainda que não concorde com sua opinião política, que saiba que o seu limite termina quando começa o do outro e que saiba ouvir com atenção e responder com amor.

Hoje a humanidade está desumana e armada. A palavra tem muito mais força e poder de destruição que qualquer indústria bélica. Se não pensamos como as pessoas que nos rodeiam pensam, somos considerados seus inimigos sem chances de expormos nossas ideias. Isso vale para qualquer lado.

O mundo está ficando muito chato. Ninguém mais conversa, só discute e por bobagem. No fundo no fundo, tudo acaba sendo apenas uma "questão de cor" e nada de profundidade.

foto: coletada da internet, desconheço autoria


terça-feira, 27 de novembro de 2018

I AM ALONE





I do not want to stay here
Besides not having anywhere to go
I have nobody to go with
I am alone
And this is graceless

foto: coletada na internet (desconheço a autoria)

domingo, 4 de novembro de 2018

BOHEMIA RHAPSODY



Não poderia ser diferente. A história da banda Queen contada na telona e intitulada pela música mais impactante de sua carreira: Bohemia Rhapsody!!

Nos anos 80, minha irmã mais velha realizou um intercâmbio para estudar na Inglaterra por uns 45 dias. Foi uma experiência incrível para os 14 anos de idade que ela tinha na época. O mais incrível, foi que ela, além de ter contato com acultura daquele país, conheceu uma das melhores bandas de rock que já se formou: Queen!

Quando retornou ao Brasil, trouxe na bagagem o LP A Night At The Opera. Disco maravilhoso que contém a música do título do filme que estreou no dia 01/11/2018, e que não poderia deixar de ir, justamente na estreia. 

Na época eu tinha uns 12 ou 13 anos. Tínhamos uma turma que se reunia em casa para ouvir, incansavelmente, a este álbum. Até chegamos a decorar todas as letras das músicas. Com certeza fomos uns dos primeiros, aqui no Brasil, a conhecer os Queens.

Gostaria de ter assistido a esse filme com a nossa turma da época. Teria sido uma farra, seria uma emoção enorme, mas a turma foi bem representada pela pessoa que nos apresentou a banda, minha irmã.

Ri, chorei, cantei, dancei, sentada, evidentemente, mas deu vontade de sair da cadeira de dançar como fazia quando os ouvia. Saudades desses bons tempos.

Hoje essas histórias ficam na lembrança e passo para meus filhos, que já começaram a apreciar a boa música, em especial esta banda maravilhosa: Queen!!

foto: coletada da internet









quinta-feira, 1 de novembro de 2018

COMPARAÇÕES


Encontrei um vestido no armário, lá no cantinho, que até já tinha me esquecido dele. Fazia um bom tempo que eu não o vestia. Estava apertado, mas como emagreci, resolvi experimentar para ver se estava servindo. Qual foi minha surpresa. Serviu!!

Ainda um pouco incrédula, perguntei ao André se havia ficado bom. Ele respondeu afirmativamente, mas como era cedo e ele estava com o celular na mão e eu queria ter a certeza de que não faria feio ao sair vestida com o vestido, perguntei:

- Mas André, não está marcando?

- Marcando, mãe? Tipo Bibedoun, o boneco da Michelin?

É... acho que ele entendeu o espírito da coisa...


foto: Bibedoun - Boneco da Michelin - coletada da internet

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

TEMPOS SOMBRIOS



Não vejo maldade em tudo. Todas as coisas têm uma razão de ser e em todas elas há sempre algo a se aprender.

Estamos vivendo em tempos complicados e polarizados. Nunca havia visto antes momentos políticos tão agressivos e violentos, onde o que importa é apontar as mazelas uns dos outros, deixando para trás o que é relevante, o que realmente importa, que consiste exatamente nas intenções reais de cada um para solucionar os problemas que, nós brasileiros, estamos enfrentando nas esferas estaduais e federais.

Cansei. Cansei da politicagem. Cansei dos ataques, onde cada um de nós acaba interpretando acções bobas, brincadeiras de outras pessoas como agressão só porque o outro traz estampado junto a ele intenções de voto ao nosso opositor. Não fecho os olhos para as violências cometidas em nome da democracia. Sinceramente? Não sei quem as estão cometendo. Não sei se por parte de quem está sendo acusado ou se por parte de quem acusa para responsabilizar o outro.

Somos um país promissor, de pessoas alegres e acolhedoras. Onde foi se esconder nosso bom humor? Onde está nossa irreverência ingênua? Cadê nossa reconhecida alegria?

O Brasil pe extenso e, como tal, diversificado em sua cultura, mas continuamos a ser um só. Uma só nação! Quando vamos aprender a lutar pela igualdade, pela liberdade de pensamento pelo amor ao outro e pela democracia verdadeira?

Parafraseando Gonzaguinha...

"É!
Quero viver pleno direito
Quero viver todo respeito
Quero uma nação
Quero ser uma cidadã
Quero viver uma nação!!

foto: coletada da internet, desconheço a autoria