sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MINHA PEDRITA

Não me lembro de quando eu ganhei minha querida boneca Pedrita, mas ela não saía do meu lado. Devia ter uns 3 ou 4 anos quando Pedrita chegou para mim com aquela carinha levada e com um lindo ossinho no topo da cabeça rodeado por uma chuquinha. Era o meu penteado preferido, pedia para minha mãe fazer sempre em mim para ficar parecida com a minha bonequinha.

Para onde eu ia, tinha que levar minha boneca. Eu brincava com ela o dia inteiro, levava-a para passear, conversava com ela e à noite se ela não estivesse comigo na cama, não dormia.

Nessas idas e vindas, acabei perdendo minha amada boneca. E como eu chorava. Como eu sentia saudades da minha companheira. Como ela me fazia falta...

Não comia, não dormia enquanto não achassem a minha Pedrita. Mas tinha que ser a MINHA PEDRITA. Não podia ser uma nova bonequinha, tinha que ser a mesma!!!

Coitados dos meus pais. Procuraram, procuraram e procuraram.

Um dia, a campainha de casa tocou. Minha mãe veio toda sorridente e me falou: “Inês, filha, tem visita na porta, vamos ver quem é!”

Corri para a porta da sala e na ponta dos pés alcancei a maçaneta e abri. Meus olhos se encheram de alegria, minha respiração ficou mais ofegante quando vi minha bonequinha de pé com os bracinhos abertos para mim. Minha voz saiu de um estalo da minha garganta e num grito de felicidade eu disse: “MINHA PEDRITA VOLTOU!!”

Minha querida boneca retornara. Não sei dizer se era uma nova bonequinha ou se a antiga Pedrita, mas a alegria era tanta que, sinceramente, não percebi a menor diferença.


Perder objetos e ter emoções negativas faz parte da vida, reencontrar também, mas felicidade igual àquela de reencontrar meu bem mais precioso creio que não vivi. Marcou indelével em meu coração.

foto: coletada na internet (desconheço autoria)

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