segunda-feira, 24 de junho de 2013

BURACO


O que será que essas pessoas pensam?
Semblantes assustados
Correndo seguindo seus caminhos,
Seus destinos.

O que será que passa na mente dessas pessoas?
Vida na metrópole,
Correria, barulho,
Loucura.

O que será que essas pessoas buscam?
Encontros e desencontros.
Rumos diversos.
Objetivos apontados.

O que será que essas pessoas vivem?
Aflições, preocupações.
Felicidade, tristeza.
Paixão, alegria.

O que será que desperta no coração dessas pessoas?
Passos apressados, ajeitando o cabelo.
Sentadas compenetradas com mão no queixo.
Concentração na digitação no celular.

No mesmo espaço, vidas tão diferente.
Bolsas, mochilas, saltos, rasteirinhas.
Leituras diversas na biblioteca.
Livros, apostilas, ordens de serviço.

Umas dormem outras falam.
Velhos, jovens, crianças, famílias.

No buraco do metrô vidas se encontram
Não para estarem juntas senão por uns instantes.
Vidas vêm, vidas vão e nesse vai e vem.
Tantos sentimentos.

Se ao menos reservassem
Alguns instantes do tempo,
E se juntassem numa oração,
Imagine o poder dessa prece!

Não há tempo.
O sinal apita.
Mais uma leva que vem,
Levando outra leva que vai.


foto: coletada na internet (desconheço a autoria)

2 comentários:

  1. Inês toda vez que entro em qualquer transporte coletivo sempre me pergunto, quem serão estas pessoas, o que pensam e sentem. Sua poesia representou bem esta minha pergunta, infelizmente passamos uns pelos outros todos os dias,e às vezes nunca tocamos os corações uns dos outros.
    Bjs. Marly Anne

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    1. Marly, você não imagina como me senti assustada com o metrô depois de anos sem andar por debaixo da terra. A impressão que eu tive foi a de que a superfície iria rachar de tanta gente ali embaixo e eu sem conhecer nenhuma daquelas pessoas. Foi assustador!

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