quinta-feira, 21 de novembro de 2013

NOITE INSÓLITA


Na busca da fuga
Muitas vezes me escondo
Dentro de meus pensamentos
Na tentativa de fazer
Com que os fatos
A vida
As angústias
Nunca tivessem acontecido
  
Mas os pensamentos me traem
Sempre me conduzindo de volta à aflição
Volto-me, então ao passado
Pensando em como resgatar a alegria
A noite se aproxima
E com ela todo o terror do medo
A escuridão da noite me rouba o sono
E feito cega fico de olhos abertos sem nada enxergar

Procuro respostas para as diversas perguntas
Não as encontro
Nem na mente nem no coração
Meu espaço fica cada vez mais apertado
Não adianta abrir janelas
A angústia não sai de dentro do peito
Preciso encontrar as saídas
Mas aqui elas não estão

Saio na madrugada querendo encontrar um abraço fraterno
Alguém que entendesse ou que simplesmente me ouvisse
Esse alguém não existe mais
Retorno ás minhas origens
Passo diante da morada
Da aurora de minha vida
A paz parece estar lá
Em algum lugar naqueles tijolos erguidos do arranha-céu

Choro
Compulsivamente
Precisando de consolo e de apoio
Volto para casa com a alma mais leve
Lavada pelas lágrimas derramadas
Na calada da noite
Na madrugada insólita
Encontro meus rebentos no sono dos justos

Com uma oração busco paz para a alma
E finalmente adormeço
Para mais um dia lutar contra a humilhação
Contra o descaso, contra a solidão
Mas na esperança de vir o dia
Em que tudo será diferente
E eu decida por enxotar a angústia
Tornando-me forte resgatando meu viver, meu ser, meu eu.

foto: por Inês de Barros
        Lua cheia - 17/10/2013


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